RAFA + NANA domingo 27


RAFA
25 minutos, Portugal

de João Salaviza // com Rodrigo Perdigão, Joana de Verona, Nuno Bernardo

Vencedor Leão de Ouro Festival Berlim 2012 Rafa é a história de um rapaz que às seis da manhã descobre
que a mãe está detida pela Polícia. Na mota de um amigo, cruza a ponte e vai a uma esquadra no centro de Lisboa para visitá-la e esperar pela sua libertação. As horas passam. E Rafa não quer voltar para casa sozinho.


NANA
68 min, França

de Valerie Massadian // com Kelyna Lecomte, Marie Delmas

Leopardo de Ouro - Melhor Primeira Obra no Festival de Locarno Nana é a história de uma menina de quatro anos que vive numa casa de pedra perto da floresta. Um dia, ao regressar da escola, encontra apenas silêncio em casa. Uma viagem à noite da sua infância. O mundo à sua altura. Um universo em formação, mas já decididamente angustiado. Eis uma sessão para salivar: “Rafa” e depois “Nana”, de
Valerie Massadian. Nesse momento de os apanhar quando estão ainda a descobrir a matéria de que os seus sonhos são feitos, “Nana” é criança com autoridade - obriga a câmara a colocar-se à sua altura.
Estreia na longa-metragem de uma fotógrafa e “modelo” para Nan Goldin, é uma aventura pelos bosques da infância, território já com pérolas (assim de repente: Truffaut, Kiarostami ou Panahi, Doillon, “A Noite do Caçador”, de Laughton, “Será Que Vai Nevar no Natal”, de Sandrine Veysset...) mas que Massadian volta a tornar precioso - para a crueldade. Todd Solondz, o outsider, anda há anos à volta do mesmo.
Tendo pensado desistir, após as dificuldades do catatónico “Life During Wartime”, colocou-se o desafio de continuar em movimento. “Dark Horse” (Cinema Londres, 24h) teria de ser diferente. Desta vez, disse, seria um filme sem violação, sem pedofilia, sem masturbação. É verdade, não é “Felicidade”. É uma possibilidade de dar outras possibilidades às personagens. Nunca se sabendo onde se está, é a tentativa de
chegar a um (outro) ponto justo: abrindo-se ao interior e à melancolia das personagens. O “dark horse” do título é Abe, homem feito mas agarrado às colecções de infância. E há Miranda, agarrada a antidepressivos. Podia(m) ser mais Solondz?

Sem comentários: